Querida Missy,
Faz uma semana que tornas-te numa estrela. Aquela estrela fofinha, peluda e mais brilhante. A minha estrela. O meu Anjo-da-Guarda, que sei que vai estar lá em cima a olhar por mim.
Eras tão pequenina quando vieste para mim, cabias numa mão minha. Foste sem dúvida o melhor e mais doce presente de Natal, quando te recebi nem queria acreditar que tu, Missy, eras minha e eu tua.
Foi um filme levar-te para casa, mas rapidamente conquistas-te os nossos corações e todos te tratavam como a princesa lá de casa.
Eras uma Coelhinha tão especial que entendias tudo o que te dizíamos e quando querias uma coisa também te fazias entender. Como disse muitas vezes "Só te falta falar".
Eras a minha maior companheira e confidente, sempre a trás de mim de um lado para o outro, as horas que passas-te enroscada no meu colo, enquanto eu estava no Mac, as noites que tu fugias da "tua casinha" e vinhas enfiar-te na minha cama.
Chegámos a ir passear, levei-te a praia e tu gostaste tanto de escavar na areia que quando chegaste a casa tentaste fazer o mesmo no chão da cozinha. Fomos até á terra dos avós, levei-te à praia fluvial, coitadinha de ti, todos os miúdos te queriam fazer festas, até que te chateaste e enroscaste na minha toalha e ali ficaste descansada.
Dizem que os coelhinhos são animais stressados, mas tu não, tu confiavas tanto em mim que me deixavas fazer tudo deste dar-te banho, secar com secador, cortar as unhas, andar de carro contigo ao colo era um consolo, ias tão calminha que adormecias nas viagens, nas estações de serviço eras o meu "cão" que me fazia beber o café nas esplanadas, para tu ficares um bocadinho na relva.
Eras tão engraçada quando a mãe chegava a casa com o saco das compras, saltavas para dentro do saco á procura de algum legume que te agradasse, pegavas nele e fugias. Quando não havia legumes no saco, ficavas a olhar para a minha mãe como quem dizia "então e eu?".
Eras tão engraçada, não me podias ver a comer bolacha-maria nem tostas, ficavas a olhar para mim com ar de "gato-das-botas", se eu fingi-se que não te percebia, davas-me mordiscadas nos pés até eu te dar um bocadinho.
Estavas sempre solta e portavas-te tão bem! A única asneira que fizeste em 4 anos foi roer o cabo da Meo, que na verdade és um coelho, muito bem te portaste tu.
Odiavas estar sozinha, como estavas sempre solta ias visitando uns e outros, ora ias para a sala enroscar-te no pai, ou ias para onde estivesse a mãe. Mas bastava eu chegar a casa e ouvires a minha voz, nem as curvas fazias, vinhas de tal forma a correr ter comigo a pedir mimos e dar mimos.
Eras tão engraçada que, quando eu saia do trabalho ligava sempre à mãe, como a mãe estava a fazer o jantar, tinha o telemóvel em "alta-voz", ias a correr para o tapete de entrada e deitavas-te à espera que eu chegasse, mal eu chegava era uma festa.
Há dois meses atrás, quando descobrimos que estavas gravemente doente, decidimos levar-te para casa e tratar de ti o melhor que conseguissemos, nestes dois meses, eu acordava de 3 em 3 horas para te dar água à boca e ver se estavas bem, fazia turnos com a mãe para nunca de deixar sozinha mais do que 1/2horas. Foste tratada como uma verdadeira princesa.
Foste tão mimada até ao teu último suspiro, ao meu colo, despediste-te de mim com um lambeijo e foste para o céu.
Obrigada por tudo o que fizeste por mim, já são tantas as saudades, ficam as boas recordações...
Até um dia minha princesa peluda Missynha.
Lisboa, 22 de Março 2018
Oh Carla, não tenho palavras. Fez na quarta-feira um mês que perdi também o meu coelho, o meu mais que tudo. Sei bem o que estás a passar e acredita que a saudade aumenta a cada dia. Se algum dia quiseres falar, está à vontade para o fazer.
ResponderEliminarUm abraço bem apertadinho <3
Obrigada, já são tantas as saudades..
Eliminarum Beijinho grande
Um beijinho grande e um do-coração ❤️
ResponderEliminarBeijinhos